Foto, A parceria entre o Detran-DF e a Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF) ocorre desde 2015 - (crédito: Divulgação/Detran-DF)
Por, Jornalsita Lucas Souza
Reposição de órgãos e tecidos apresenta tendência de crescimento nos últimos anos. Empenho das equipes e expansão das unidades credenciadas são os principais fatores.
A rede de saúde do Distrito Federal atingiu um marco histórico em 2024, alcançando um recorde no número de transplantes realizados, com destaque para os procedimentos de coração, fígado e medula óssea. Cada um desses tipos de transplantes registrou o maior número de casos nos últimos cinco anos, um reflexo do esforço das equipes de saúde e da ampliação das unidades credenciadas para realizar os procedimentos.
Desde 2020, os transplantes no DF têm mostrado uma tendência de crescimento consistente, e as reposições de medula óssea lideram esse aumento, mais do que dobrando o número de procedimentos no período. Em 2020, foram realizados 103 transplantes de medula, e, em 2024, o número saltou para 230. O DF também viu a chegada de novas unidades habilitadas para realizar esse tipo de procedimento, com nove novas instituições credenciadas desde 2022.
Nos transplantes de coração, o Distrito Federal registrou 35 procedimentos em 2024, um aumento de 60% em relação aos 22 realizados em 2020. Os transplantes de fígado também apresentaram números significativos, com 128 transplantes registrados no ano passado, superando a marca de 100 procedimentos anuais desde 2022.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, ressaltou a importância desses avanços. “É uma conquista que vai além dos números. Cada transplante desses representa uma nova chance de vida a quem estava esperando. Por isso, trabalhamos para expandir a rede e melhorar o acesso aos tratamentos", afirmou. Ela também destacou a importância da doação de órgãos: "A doação de órgãos é um ato de solidariedade que transforma a vida do receptor e de toda uma família."
O Caso de Lourival Filho: Renascimento após o transplante hepático
Lourival Filho, morador de Sobradinho, é um exemplo da importância desses transplantes. Aos 59 anos, ele celebrou, no final de janeiro de 2025, cinco meses do transplante de fígado que recebeu no ano anterior. Lourival, que foi diagnosticado com um tumor maligno em junho de 2024, recebeu o transplante em agosto do mesmo ano e teve uma recuperação surpreendentemente rápida. "Eu não acreditava que iria conseguir fazer esse transplante. Fui totalmente surpreendido. Em três meses, me tornei uma nova pessoa, com ânimo para mais 60 anos de vida", celebrou Lourival.
O processo de transplantes no DF
A realização de transplantes exige um grande esforço coordenado entre profissionais de diversas especialidades, a integração de sistemas de saúde interestaduais e a execução de procedimentos clínicos precisos. Nos últimos cinco anos, o DF realizou um total de 3.647 transplantes, acompanhados por quase 120 mil procedimentos, desde a identificação dos doadores e receptores até o acompanhamento pré e pós-cirúrgico.
Gabriella Christmann, diretora da Central Estadual de Transplantes do DF (CET-DF), enfatizou a complexidade desse processo: "É impossível realizar este trabalho sem a união de várias pessoas - começando pelos doadores e seus familiares", afirmou.
Doação de órgãos: solidariedade que salva vidas
No Distrito Federal, a doação de órgãos pode ser realizada tanto por doadores vivos, que podem doar um rim, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, quanto por doadores falecidos. No caso do falecimento, a doação não exige formalização em documentos, bastando que a família do falecido autorize a doação após o desejo do falecido ser comunicado.
A CET-DF gerencia a lista única de espera para transplantes no estado, coordenando os processos em hospitais públicos e privados. Para receber um órgão, o paciente precisa estar inscrito na lista, respeitando a ordem de inscrição, compatibilidade e gravidade do caso.
Os números de 2024 não apenas destacam o crescimento do processo de transplantes no DF, mas também refletem o fortalecimento da cultura de doação de órgãos e a dedicação das equipes médicas, transformando vidas e oferecendo novas oportunidades de saúde para milhares de pessoas.
Fonte: https://www.saude.df.gov.br