Morte de menina por desafio do TikTok leva distritais a cobrarem regulamentação das redes sociais

 Deputados da CLDF fazem minuto de silêncio por Sarah Raíssa e outras vítimas recentes, e pedem ação contra riscos do ambiente digital


A trágica morte da pequena Sarah Raíssa, de apenas oito anos, após inalar aerossol ao tentar cumprir o perigoso “desafio do desodorante” — tendência disseminada na rede social TikTok — mobilizou parlamentares na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta terça-feira (15). A menina, que sofreu uma parada cardiorrespiratória na última quinta-feira (10), faleceu no domingo (13) após dias internada no Hospital Regional de Ceilândia.

Em homenagem à menina e a outras vítimas recentes no DF, como Esthella Heloísa, Adrian David e Gabriel Vasconcellos, a sessão teve início com um minuto de silêncio, por iniciativa da deputada Paula Belmonte (Cidadania).

Presidente da sessão, o deputado Pastor Daniel de Castro (PP) se solidarizou com as famílias. O parlamentar Chico Vigilante (PT) chamou atenção para os perigos que redes sociais representam para crianças, reforçando a necessidade de debater a regulamentação digital. “Nenhum pai entrega uma arma na mão de um filho, entretanto determinadas redes sociais são piores que armas”, afirmou.

Outros deputados reforçaram o alerta. Gabriel Magno (PT) destacou que o mundo digital não pode continuar isento de regras. “Tem um setor da sociedade que diz que regulamentar as redes é censura. Não. Regulamentar é fundamental”, defendeu, apontando que, enquanto há exigências de idade para atividades como frequentar boates ou consumir álcool, basta um clique para que qualquer jovem acesse conteúdos nocivos na internet.

Fábio Felix (Psol) também enfatizou a urgência do tema. “A lei do mundo real tem sido insuficiente para o mundo digital”, disse, apontando que a violência nas redes cresce à sombra do lucro das grandes plataformas de tecnologia.

Mesmo sendo uma responsabilidade do Congresso Nacional, iniciativas locais já existem. Um exemplo é o Projeto de Lei nº 812/2023, da deputada Dayse Amarilio (PSB), que propõe a criação da Semana de Conscientização contra a Violência Virtual nas escolas públicas do DF. Em sua fala, a distrital cobrou também políticas públicas de saúde mental para jovens e lamentou o abandono digital que muitas crianças enfrentam. “Precisamos tratar disso nas nossas casas também como política pública de saúde”, ressaltou.

Por fim, o deputado Max Maciel (Psol) reforçou que não se trata apenas de responsabilidade familiar. “A internet está nos lares de todos e não dá para culpabilizar a família ou só um setor”, afirmou. Ele ainda prometeu cobrar da Polícia Civil investigações sobre o caso da menina baleada em uma festa em Ceilândia, ressaltando a urgência em combater a violência em todas as suas formas — físicas ou digitais.

Fonte: www.cl.df.gov.br
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